terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conveniências

2007 e 2008 foram severamente marcados por rompimentos na minha vida. Rompimentos com amizades que eu jurei serem eternas e que, é claro, não eram. Fiquei triste, chorei, não entendi, pensei, me descabelei, elaborei teorias, me senti um lixo, desencanei, deixei de queimar meus neurônios com isso e, quando eu tava aqui quietinha me veio um pensamento tão óbvio: certas amizades são apenas circunstanciais.

As pessoas se usam, oras. Muitas das nossas amizades começam por força das circunstâncias, simplesmente, e não, necessariamente, por afinidade. A gente estuda na mesma faculdade, a gente tem que fazer um trabalho em grupo, a gente trabalha no mesmo lugar, a gente precisa de companhia pra almoçar. A gente precisa de uma xícara de açúcar. A gente precisa das pessoas e as pessoas precisam da gente. A gente precisa de favores. Então a gente se associa. A gente se conhece, se ajuda, se gosta, fica amigo. E aprende a conviver e aceitar o diferente, aprende até a amar o diferente, ou tenta, em vão, transformar o outro. A gente gosta das pessoas, tem carinho por elas, mas a única coisa que tínhamos em comum era a situação que nos aproximou. Aí, quando essas situações passam, acaba a amizade, porque não tínhamos nada em comum desde o início, lembra?

Ainda bem que existem os amigos por afinidades. Esses sim, duram pra vida inteira. Amizades puras e reais. Ainda bem.

 

 

 

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