Post resgatado do início de abril.
Apesar do clima e da recepção (ambos frios), apesar da falta de humor (deles e nossa) e apesar das circunstâncias todas procuramos manter o amor presente. Ele tem insistido em se esconder entre coices de um e de outro, ou se congelou em algum buraco frio de nossas malas ainda não totalmente desfeitas. É tanta incerteza, tanta coisa acontecendo, tanta coisa deixando de acontecer que, de repente, parece que estamos parados num mundo que continua rodando, ainda mais rápido. Seria o eixo da Terra? Parece que fomos forçados a dar um tempo de tudo, inclusive de nós mesmos e aqui, no novo apartamento, ainda não conseguimos nos encontrar totalmente. É como se cada um estivesse flutuando em sua própria bolha. Algo ficou perdido em alguma bagagem, no aeroporto, no avião, no hotel, no táxi, na Dani, sei lá. Talvez no Brasil.
Conviver vira o esporte mais radical que já praticamos. É um excesso, é uma falta, é um pênalti, é uma cobrança, mais uma, é um gol ou outro e olhe lá. Nós, que já vivíamos juntos, agora estamos grudados, e à força. É um estar sem querer e uma dependência tão grande um do outro, que ‘não há’, ‘não há’ alternativa a não ser dormir. Não há refúgio além do sono, onde cada um pode viajar livre em sua segunda vida. Sono é fuga e fugir é necessário de vez em quando.
“Dream a little dream of me”, diz a música que toca no meu notebook. E tudo o que eu desejo agora é que ele tenha sonhos doces, mas não comigo. Que tenha paz durante o sono. Que viva outras coisas e volte descansado para a dura arte de viver comigo.
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