As cerejeiras(?) parecem árvores de pipoca. Raríssimas folhas verdes entre as flores brancas como a neve nos dão a impressão de que essa primavera é totalmente fake. Faz frio. Para eles, não. Para nós, muito.
Mais uma vez, uma nova casa. Foram 3 mudanças em 3 semanas. Do hotel para a casa da Dani e de lá, pra cá, nossa primeira casinha na Europa. Grandes janelas somadas à falta da TV e da internet (agora nos primeiros dias) nos convidam a olhar para fora. Lá, nada acontece. Aqui dentro, dentro de cada um de nós, o mundo de medos, dúvidas e tristezas vai se aquietando e começa a dar espaço para o novo.
No pequeno guarda-roupas não cabe tudo o que trouxemos na bagagem. Assim como não cabe em nosso coração o peso de tanto amor por tudo o que deixamos na nossa terra. O jeito é guardar bem guardadinho o que não podemos usar agora.
A casa foi limpa como nunca. Também, com certeza, como nós 2 jamais limpamos algo em toda a vida. Um exercício físico e mental de tirar a sujeira e tudo o que não presta do meio do caminho. Agora é começar com tudo limpo, um novo começo.
Dividir, eis a questão. A cama, o banheiro, a comida, os pensamentos, as impressões, os rompantes. Não há mãe a quem recorrer. Há uma casa, com coisas a serem feitas. As roupas não são passadas sozinhas. Nem tampouco as louças se lavam ou a cama se arruma, como na casa mágica da mãe. Aqui, as coisas acontecem por uma única razão: alguém faz. Numa casa com dois, ou faz ele ou faço eu. Juntos, estamos fazendo. Quase um milagre. Milagre mesmo seria se conseguíssemos fazer tudo isso sem perder o humor.
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