sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mais um post do pretérito imperfeito e dramático

Nunca fui adepta a formalidades, nunca gostei. Aqui, sou obrigada. A formalidade dá ao sujeito o direito de ser rude o tempo todo, desde que com educação. “Não faço a menor ideia” é resposta que se aplica a quase toda pergunta feita por brasileiros. Sim, brasileiros são discriminados. Brasileiras, ainda mais.

Conhecemos uma gaúcha que teve que aprender o sotaque português para conseguir trabalhar. Os portugueses não queriam ser atendidos por uma brasileira. Com muito pesar, ela se moldou e garante seu emprego de vendedora de pacotes de TV a cabo há 4 anos.

Não é só o sotaque. É entonação, é a ordem das sentenças, é todo um vocabulário novo e um drama expresso em cada frase. “Tem cartão telefônico?”. A resposta é drástica, definitiva: “Não há.”. Na minha cabeça, a resposta está EEEEErrada. Se ‘haver’ significa ‘existir’, ele não pode dizer que não há cartão telefônico e se o diz, é porque é, por natureza, exagerado na negatividade, coisa comum por aqui.

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