terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Residual de Noel

o Natal passou e o amor perdura. esse sentimento que transforma, que salva, que cura. é isso que é Deus. o amor e a loucura.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pronto, passou.

O meu encantamento com o Minhocão debaixo d´água durou apenas até a próxima poça. Acho que estava tocando a minha música preferida no rádio e eu achei tudo lindo. Tudo aquilo de que eu fugi há 8 meses. É que eu ainda não tinha voltado à velha rotina trabalho – casa – trabalho. Aqui é assim: more você a 5, 10, 15 ou 20 km do seu trabalho, não há forma de fazer o percurso em menos de uma hora. Isso também é São Paulo e essa parte não tem absolutamente nada a ver comigo.

O meu sonho de consumo não é ter o carro dos carros, nem a mansão das mansões, nem fazer a viagem das viagens. O meu sonho de consumo é morar perto do trabalho e ir trabalhar à pé. Isso, sim, é luxo, poder e riqueza. Sair de casa às 10 pras 10 e chegar às 10 à minha mesa, sem sofrer. Sair do trabalho e chegar em casa disposta pra um cinema, academia, jantarzinho ou festa.

Well, mais uma vez estou batalhando para que aconteça. Sem isso, São Paulo volta a ser uma cidade cronicamente inviável e humanamente inabitável.

domingo, 6 de novembro de 2011

Só no Minhocão

Agora eu sou uma Mulher de Domingo. Mas não é todo domingo, não. Só de vez em quando!


Domingo, segunda, São Paulo…
06/11/2011 | 09:00 | VISITA DE DOMINGO | ATUALIDADES | VISITA DE DOMINGO

Estreia hoje na seção Visita de Domingo a publicitária paulistana Renata Gervatauskas. Sobre ela mesma, diz o seguinte: “Fui pra Portugal, perdi o lugar, mas tô comprando ingresso pra pista VIP na mão dos cambistas”. No post de hoje, ela declara seu amor a São Paulo – e dá sua lista de canções feitas para um domingo.


Sei que hoje é domingo, e que você provavelmente acordou sem pressa, num dia lindo – ou chuvoso, tanto faz – com seu cachorro lambendo seu rosto, seu filho puxando seu edredon, ou seu amor te cutucando daquele jeito gostoso e preguiçoso que só as manhãs de domingo permitem (ou sozinha e tristonha, lembrando de como era bom acordar desse jeito!). Mas não é desse tipo de manhã deliciosa que eu quero falar. Eu quero falar é da manhã de amanhã, a temida segunda.

Porque hoje, enquanto eu escrevo esse post, ainda é segunda-feira. E hoje, em São Paulo (lembra da segunda passada? Faz um rewind aí. Pronto. É dela que eu escrevo, direto do túnel do tempo), tá fazendo aquela segundona típica paulistana. Chuvinha que não molha direito, mas para a cidade inteira. Aquele trânsito de matar, o asfalto liso que derruba motoqueiros, sabe? É nesse dia que eu estou.

E você pode me chamar de mulher de malandro, mas tenho que confessar: eu goooooooooooooooooooooostcho! São Paulo é um tapa na cara por minuto, mas em se tratando desse lugar, um tapinha não dói (e deve até fazer crescer os peitos, como divulgou uma panicat recentemente, rs). Você pode achar a coisa mais estranha do mundo, mas toda vez que fico muito tempo fora daqui e volto, só consigo me sentir em casa de novo quando passo dirigindo, atrasada, em cima do Minhocão, em dia de garoa, com o som ligado, o retrovisor todo pingado, o parabrisas fazendo fink-fink na minha frente, o trem das motos passando atormentado, ao lado (os motoqueiros se enfileiram entre uma pista e outra e passam como loucos, anunciando sua chegada com infindáveis bi-bi-bi´s, e ai de você se triscar um pouquinho pra fora do trilho virtual que se forma ali: adios retrovisor!). Sim. É uma selva. E se isso é uma selva, eu sou uma gorila enorme que bate no peito e grita de prazer quando tá solta na floresta! É. É daqui que eu sou. É aqui que eu sou. Como todo bom paulistano, eu também tenho o sonho da pousada em Floripa, e já experimentei uma vida simples na Europa. Mas não tem jeito. É aqui que eu sou mais eu. Pelo menos por enquanto.

A segunda cinza, assim, como está hoje, em São Paulo, faz com que eu me sinta plena. É como réveillon. É a chance de um fresh new start toda semana. Quando der meia noite, hoje, não tema. Feliz semana nova. Feliz vida nova.

E pra não dizer que eu tô apressando a vida e tirando o prazer da sua manhã de domingo (que é o momento que eu mais gosto na semana, mas só quando estou amando e sendo amada), tenha um ótimo dia e, se quiser uma trilha sonora bem gostosinha pra não fazer nada o dia todo e nem lembrar que existe são Paulo, segunda-feira e chuva, aí vai a minha listinha.

Aperte o play e divirta-se.

Renata tem blog e twitter

http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2011/11/06/domingo-segunda-sao-paulo/

http://www.youtube.com/playlist?list=PL299712ED46D79E05

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Se eu fosse começar hoje 1

Se eu fosse começar hoje*, eu diria que estou há 2 dias sem fumar, depois de um pedido que fiz ao meu terapeuta (que é uma espécie de Dr. House, de bengala e tudo, só que interpretado pelo Morgan Freeman, com aquela voz de Deus e tudo). Finalmente pedi pra ele me tirar esse vício maldito e outros pequenos hábitos nocivos (coisinhas que faço com freqüência, só pra me matar aos poucos). Ah, ele é hipnólogo.

Você poderia pensar ”olha que máximo, funcionou!”, mas se eu disser pra você que vou lá há 2 meses e que jamais contei a ele que fumava, e que no dia anterior à consulta eu já havia conseguido não fumar, e que só pedi a ele que apertasse o botãozinho do “no smoking” quando eu estava realmente determinada a parar, você vai perceber que não tem botãozinho, nem “dorme, dorme” no estilo Fábio Puentes que resolva. Quer dizer, ter tem, mas quem aperta o botão e sopra no ouvidinho é a gente mesmo, não tem jeito.

Claro que ajudou muito o fato de eu ter recebido uma notícia boa e definitiva sobre trabalho, depois de 2 meses de incertezas e ansiedade. Ajudou também o argumento dele, e se isso ajudar alguém, aí vai: você tem direito às coisas boas. Simples assim. Você não precisa acabar com o seu dia lindo fumando um cigarro. Eu sou bem dessas: às vezes tenho aquele dia mega produtivo, em que acordei cedo sem sofrimento, consegui comer coisas saudáveis, tive pique pra ir caminhar ou fazer uma aulinha de yoga depois do trabalho e tals, aí, chego em casa, sento na poltrona florida e, puff-puff, como diria a Lita Ree. Lá se vai meu dia leendo.

Tava tudo tão bem, pra que estragar? Pois é assim que eu sou, geralmente. Sorte minha ter percebido que esse papo Gabriela de “vou ser sempre assim” é tão anos 70, né? Por favor. Vamos parar de fumar. Vamos parar de fazer merda com a gente. Vamos parar com autossabotagem e com essas coisas idiotas que a gente faz só pra caber no rótulo de loser que a gente mesmo se impõe. Chega.



* Mistééééééério

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Alexandre Frota pelado, ao vivo

Ontem eu vi o Alexandre Frota peladão, e não foi num dos pornôs dele não, foi ao vivo! Calma, calma, que o homem é casado e não “passou o cerol” em mim. Explico.

Fui ver a estreia do stand-up terapêutico do cara, o “Identidade Frota”. E posso dizer que o que realmente me impressionou foi sua coragem: não por divulgar episódios de bastidores e opiniões pessoais agressivas sobre algumas celebridades, mas por se mostrar e, de forma tão honesta, botar a cara à tapa. Isso sim é nudez!

No espetáculo, ele conta de seus tempos áureos na Rede Globo, de sua decadência e de como soube se reconstruir depois de tudo o que destruiu por não ser “blindado” na época de seu auge. Não posso dizer que achei bacana tudo o que ele disse ali. Não gosto, por exemplo, quando um homem expõe uma ex-namorada, mesmo que ela mereça. Também não gosto quando falam mal do prato que comeram. Sei lá, tenho esse lado “é-as-mulheres-obá” em mim, que sempre vai se doer pelas outras.

Tirando isso, achei bonito. O cara é de verdade. Tem uma vida de verdade. Fez merda, limpou, nasceu, brilhou, apagou, ressurgiu e se fortaleceu. E eu adoro gente de verdade, sabe? Gente que renasce, gente que apanha da vida, não tem vergonha disso, e tem força pra brilhar de novo. No começo rola um vídeo com uma retrospectiva, musiquinha do Cranberries, impossível não se emocionar. Nem precisava daquela poesia do Oswaldo Montenegro no final, porque metade de mim gostou, e a outra metade também.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mas que nada

Descobri que muita gente me considera louca.
Para outros,
poucos,
sou careta, certinha demais.
Já me chamaram de chique, elegante, fina, interessante,
mas me tacharam vulgar, desengonçada, prepotente e arrogante.
Já me julgaram insubordinável, uma pobre coitada,
adorável, um monstro, um doce, uma cilada.
Eu descobri que sou tudo isso e sou mais:
sou nada. Absolutamente nada.

Você sempre vem

Pode passar um, dois, três meses. Pode chegar a passar quase um ano sem que você apareça. Mas chega um dia, um dia em que eu não espero nadica de nada mais do que o sono tranquilo dos justos, um dia em que pode estar tudo indo muito mais do que bem e, de repente, à noite, você simplesmente vem.

Vem com seu amor, seu encanto e traz tanta coisa que eu nem sei. A família, a história interrompida e quase esquecida. O beijo quente, o abraço apertado de corpo inteiro colado, que dura uma eternidade. O choro contido, a dança, as cores, a chuva, o cinza, o calor, o ciúme, a dor e a paz. Você traz a praia, os cachorros, as árvores e todo o cenário. Você traz o roteiro, o diálogo. Você traz a magia, que às vezes me falta tanto, que eu chego a pensar que nem existe mais.

Não penso em você. Não que eu saiba. Mas tem dia que, à noite, você vem. Você sempre vem.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Achados e perdidos em bloquinhos antigos

Hoje eu tô trocando o caminho.
Hoje eu tô mudando de ideia.
Uma velha vida pode ser nova de novo.
Uma nova vida pode ficar logo velha.

16/06/2011

domingo, 18 de setembro de 2011

quando fecho os olhos por fora, abro-os para dentro.
pra fora é só surpresa. por dentro, só lamento.
quanto mais fecho os olhos pra não ver,
mais meus olhos me atormentam.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011



Crua
Otto
Há sempre um lado que pesa e um outro lado que flutua. Tua pele é crua.
Há sempre um lado que pesa e um outro lado que flutua. Tua pele é crua.
Dificilmente se arranca lembrança, lembrança, lembrança, lembrança...
Por isso da primeira vez dói, por isso não se esqueça: dói.
E ter que acreditar num caso sério e na melancolia que dizia.
Mas naquela noite que eu chamei você fodia, fodia.
Mas naquela noite que eu chamei você fodia de noite e de dia.
Há sempre um lado que pesa e um outro lado que flutua. Tua pele é crua. É crua.
Há sempre um lado que pesa e um outro lado que flutua. Tua pele é crua. É crua.
Dificilmente se arranca lembrança, lembrança, lembrança, lembrança...
Por isso da primeira vez dói, por isso não se esqueça: dói.
E ter que acreditar num caso sério e na melancolia que dizia.
Mas naquela noite que eu chamei você fodia de noite e de dia.
Mas naquela noite que eu chamei você fodia, fodia.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Don´t let him dream a little dream of me, please!

Post resgatado do início de abril.

Apesar do clima e da recepção (ambos frios), apesar da falta de humor (deles e nossa) e apesar das circunstâncias todas procuramos manter o amor presente. Ele tem insistido em se esconder entre coices de um e de outro, ou se congelou em algum buraco frio de nossas malas ainda não totalmente desfeitas. É tanta incerteza, tanta coisa acontecendo, tanta coisa deixando de acontecer que, de repente, parece que estamos parados num mundo que continua rodando, ainda mais rápido. Seria o eixo da Terra? Parece que fomos forçados a dar um tempo de tudo, inclusive de nós mesmos e aqui, no novo apartamento, ainda não conseguimos nos encontrar totalmente. É como se cada um estivesse flutuando em sua própria bolha. Algo ficou perdido em alguma bagagem, no aeroporto, no avião, no hotel, no táxi, na Dani, sei lá. Talvez no Brasil.

Conviver vira o esporte mais radical que já praticamos. É um excesso, é uma falta, é um pênalti, é uma cobrança, mais uma, é um gol ou outro e olhe lá. Nós, que já vivíamos juntos, agora estamos grudados, e à força. É um estar sem querer e uma dependência tão grande um do outro, que ‘não há’, ‘não há’ alternativa a não ser dormir. Não há refúgio além do sono, onde cada um pode viajar livre em sua segunda vida. Sono é fuga e fugir é necessário de vez em quando.

“Dream a little dream of me”, diz a música que toca no meu notebook. E tudo o que eu desejo agora é que ele tenha sonhos doces, mas não comigo. Que tenha paz durante o sono. Que viva outras coisas e volte descansado para a dura arte de viver comigo.

Mais um post do pretérito imperfeito e dramático

Nunca fui adepta a formalidades, nunca gostei. Aqui, sou obrigada. A formalidade dá ao sujeito o direito de ser rude o tempo todo, desde que com educação. “Não faço a menor ideia” é resposta que se aplica a quase toda pergunta feita por brasileiros. Sim, brasileiros são discriminados. Brasileiras, ainda mais.

Conhecemos uma gaúcha que teve que aprender o sotaque português para conseguir trabalhar. Os portugueses não queriam ser atendidos por uma brasileira. Com muito pesar, ela se moldou e garante seu emprego de vendedora de pacotes de TV a cabo há 4 anos.

Não é só o sotaque. É entonação, é a ordem das sentenças, é todo um vocabulário novo e um drama expresso em cada frase. “Tem cartão telefônico?”. A resposta é drástica, definitiva: “Não há.”. Na minha cabeça, a resposta está EEEEErrada. Se ‘haver’ significa ‘existir’, ele não pode dizer que não há cartão telefônico e se o diz, é porque é, por natureza, exagerado na negatividade, coisa comum por aqui.

02 de abril, um post do passado

As cerejeiras(?) parecem árvores de pipoca. Raríssimas folhas verdes entre as flores brancas como a neve nos dão a impressão de que essa primavera é totalmente fake. Faz frio. Para eles, não. Para nós, muito.

Mais uma vez, uma nova casa. Foram 3 mudanças em 3 semanas. Do hotel para a casa da Dani e de lá, pra cá, nossa primeira casinha na Europa. Grandes janelas somadas à falta da TV e da internet (agora nos primeiros dias) nos convidam a olhar para fora. Lá, nada acontece. Aqui dentro, dentro de cada um de nós, o mundo de medos, dúvidas e tristezas vai se aquietando e começa a dar espaço para o novo.

No pequeno guarda-roupas não cabe tudo o que trouxemos na bagagem. Assim como não cabe em nosso coração o peso de tanto amor por tudo o que deixamos na nossa terra. O jeito é guardar bem guardadinho o que não podemos usar agora.

A casa foi limpa como nunca. Também, com certeza, como nós 2 jamais limpamos algo em toda a vida. Um exercício físico e mental de tirar a sujeira e tudo o que não presta do meio do caminho. Agora é começar com tudo limpo, um novo começo.

Dividir, eis a questão. A cama, o banheiro, a comida, os pensamentos, as impressões, os rompantes. Não há mãe a quem recorrer. Há uma casa, com coisas a serem feitas. As roupas não são passadas sozinhas. Nem tampouco as louças se lavam ou a cama se arruma, como na casa mágica da mãe. Aqui, as coisas acontecem por uma única razão: alguém faz. Numa casa com dois, ou faz ele ou faço eu. Juntos, estamos fazendo. Quase um milagre. Milagre mesmo seria se conseguíssemos fazer tudo isso sem perder o humor.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A natureza humana e seus fenômenos

"No que você está pensando agora?" me pergunta o Facebook. Errrr, senta aê que eu vou te contar... Sabe fim de relacionamento? Sabe quando a gente é abandonada e não sabe o que fazer pra esquecer, e aí a gente passa a odiar aquele ser que nos deixou, mais do que tudo no mundo? A gente chora, grita, fala pra ele ir embora, sumir da nossa vida e nunca mais voltar (sendo que ele mesmo já havia tomado essa decisão e só estava ali, dizendo tchau e arrumando as malas)... É natural, é do ser humano. A gente odeia pra se proteger da dor. A raiva cura, a raiva toca a nossa vida pra frente, ajuda a virar a página! O ódio liberta! A gente machuca o outro, no finalzinho, pra sair por cima. A gente insulta, diz que ele nem era tão bom de cama assim e que fingiu todos os orgasmos, a gente joga as roupas dele pela janela. A gente magoa pra se sentir menos magoado. A gente é babaca pra caralho.

A gente tem que entender que as coisas não são eternas. E que as pessoas são livres para viver novas histórias. A gente tem que se desapegar, e não precisa do ódio pra isso. A gente precisa é de compaixão, em primeiro lugar. Se você ama tanto aquela pessoa, quer que tudo de bom aconteça pra ela. Que ela seja feliz, seja como for, com ou sem você. É duro pra nossa cabecinha ocidental entender esse tipo de pensamento, mas amor de verdade é isso. O resto é apego. E mesmo que a gente não consiga, porque de Buda a gente não tem nada, está ok sentir raiva, é autêntico, é digno. Mas tudo isso sem esquecer o respeito pelo outro, sem desrespeitar a historia que a gente viveu junto. E isso serve pra qualquer tipo de relacionamento.

É nisso que eu estou pensando, sabe, Facebook?