quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Se eu fosse começar hoje 1

Se eu fosse começar hoje*, eu diria que estou há 2 dias sem fumar, depois de um pedido que fiz ao meu terapeuta (que é uma espécie de Dr. House, de bengala e tudo, só que interpretado pelo Morgan Freeman, com aquela voz de Deus e tudo). Finalmente pedi pra ele me tirar esse vício maldito e outros pequenos hábitos nocivos (coisinhas que faço com freqüência, só pra me matar aos poucos). Ah, ele é hipnólogo.

Você poderia pensar ”olha que máximo, funcionou!”, mas se eu disser pra você que vou lá há 2 meses e que jamais contei a ele que fumava, e que no dia anterior à consulta eu já havia conseguido não fumar, e que só pedi a ele que apertasse o botãozinho do “no smoking” quando eu estava realmente determinada a parar, você vai perceber que não tem botãozinho, nem “dorme, dorme” no estilo Fábio Puentes que resolva. Quer dizer, ter tem, mas quem aperta o botão e sopra no ouvidinho é a gente mesmo, não tem jeito.

Claro que ajudou muito o fato de eu ter recebido uma notícia boa e definitiva sobre trabalho, depois de 2 meses de incertezas e ansiedade. Ajudou também o argumento dele, e se isso ajudar alguém, aí vai: você tem direito às coisas boas. Simples assim. Você não precisa acabar com o seu dia lindo fumando um cigarro. Eu sou bem dessas: às vezes tenho aquele dia mega produtivo, em que acordei cedo sem sofrimento, consegui comer coisas saudáveis, tive pique pra ir caminhar ou fazer uma aulinha de yoga depois do trabalho e tals, aí, chego em casa, sento na poltrona florida e, puff-puff, como diria a Lita Ree. Lá se vai meu dia leendo.

Tava tudo tão bem, pra que estragar? Pois é assim que eu sou, geralmente. Sorte minha ter percebido que esse papo Gabriela de “vou ser sempre assim” é tão anos 70, né? Por favor. Vamos parar de fumar. Vamos parar de fazer merda com a gente. Vamos parar com autossabotagem e com essas coisas idiotas que a gente faz só pra caber no rótulo de loser que a gente mesmo se impõe. Chega.



* Mistééééééério

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Alexandre Frota pelado, ao vivo

Ontem eu vi o Alexandre Frota peladão, e não foi num dos pornôs dele não, foi ao vivo! Calma, calma, que o homem é casado e não “passou o cerol” em mim. Explico.

Fui ver a estreia do stand-up terapêutico do cara, o “Identidade Frota”. E posso dizer que o que realmente me impressionou foi sua coragem: não por divulgar episódios de bastidores e opiniões pessoais agressivas sobre algumas celebridades, mas por se mostrar e, de forma tão honesta, botar a cara à tapa. Isso sim é nudez!

No espetáculo, ele conta de seus tempos áureos na Rede Globo, de sua decadência e de como soube se reconstruir depois de tudo o que destruiu por não ser “blindado” na época de seu auge. Não posso dizer que achei bacana tudo o que ele disse ali. Não gosto, por exemplo, quando um homem expõe uma ex-namorada, mesmo que ela mereça. Também não gosto quando falam mal do prato que comeram. Sei lá, tenho esse lado “é-as-mulheres-obá” em mim, que sempre vai se doer pelas outras.

Tirando isso, achei bonito. O cara é de verdade. Tem uma vida de verdade. Fez merda, limpou, nasceu, brilhou, apagou, ressurgiu e se fortaleceu. E eu adoro gente de verdade, sabe? Gente que renasce, gente que apanha da vida, não tem vergonha disso, e tem força pra brilhar de novo. No começo rola um vídeo com uma retrospectiva, musiquinha do Cranberries, impossível não se emocionar. Nem precisava daquela poesia do Oswaldo Montenegro no final, porque metade de mim gostou, e a outra metade também.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mas que nada

Descobri que muita gente me considera louca.
Para outros,
poucos,
sou careta, certinha demais.
Já me chamaram de chique, elegante, fina, interessante,
mas me tacharam vulgar, desengonçada, prepotente e arrogante.
Já me julgaram insubordinável, uma pobre coitada,
adorável, um monstro, um doce, uma cilada.
Eu descobri que sou tudo isso e sou mais:
sou nada. Absolutamente nada.

Você sempre vem

Pode passar um, dois, três meses. Pode chegar a passar quase um ano sem que você apareça. Mas chega um dia, um dia em que eu não espero nadica de nada mais do que o sono tranquilo dos justos, um dia em que pode estar tudo indo muito mais do que bem e, de repente, à noite, você simplesmente vem.

Vem com seu amor, seu encanto e traz tanta coisa que eu nem sei. A família, a história interrompida e quase esquecida. O beijo quente, o abraço apertado de corpo inteiro colado, que dura uma eternidade. O choro contido, a dança, as cores, a chuva, o cinza, o calor, o ciúme, a dor e a paz. Você traz a praia, os cachorros, as árvores e todo o cenário. Você traz o roteiro, o diálogo. Você traz a magia, que às vezes me falta tanto, que eu chego a pensar que nem existe mais.

Não penso em você. Não que eu saiba. Mas tem dia que, à noite, você vem. Você sempre vem.